#62 - penha > parque estadual do belém

antes do relato em si, deixe-me abrir um parêntese. quando era adolescente, lembro uma vez que uns amigos e eu pegamos nossas bicicletas e fomos dar um rolê da vila cisper até a penha. nossas mães não podiam nem imaginar aquilo. e pra nós, foi uma grande aventura. e lembro que no outro dia eu não conseguia nem andar direito. depois desse rolê, fizemos outros. todos combinados na surdina. curioso lembrar, não tinha medo dos carros, pedalávamos perto da guia e em calçadas. aquele bando de moleques. fora os tombos e as mentiras quando chegávamos em casa com o joelho, mão ou cotovelo ralados. depois a bicicleta ficou encostada no quartinho dos fundos, um dia sumiu. devem ter dado ela pra alguém. 

anos mais tarde, voltei a pedalar. pedalava sozinho na maioria das vezes, depois comecei a ir do jardim danfer até a vila matilde pra trabalhar. tinha pedalado algumas vezes com o ricardo e o hugo. um dia bateu aquela vontade de convidar os amigos, alguns daquela época dos rolês secretos, e fazer um rolê legal. combinamos via facebook que iríamos até o centro, numa sexta-feira à noite. imagine só. alguns já pedalavam, outros não pedalavam há anos. obviamente, todos mais velhos e responsáveis, nos preocupamos com várias questões. é seguro pedalar à noite? capacete? luvas? quem vai na frente? contra-mão? calçada? e se furar pneu? o os carros? iluminação? enfim, tudo pronto e combinado, partimos do metrô  vila matilde na zona leste rumo ao centro de são paulo. logo ali no brás, um problema. meu pedal saiu da pedivela. alguém tem uma chave-de-boca? 

12 pessoas. ninguém tinha pensado em levar uma chave-de-boca.

foi assim que o nome do grupo surgiu. aliás, nem tínhamos pensado em formar um grupo. só que esse rolê com os amigos foi tão legal que combinamos outros rolês e a coisa evoluiu para um grupo. nossa principal proposta é definir um ponto de partida, um de destino, e pedalar. damos algumas informações básicas, avisamos se o rolê é suave ou mais pegado, damos uma noção de distância. o marcos, grande amigo de colegial, voltou a pedalar com a gente e hoje ajuda como voluntário no projeto bike anjo e trabalha no programa escolas de bicicleta. sem ele o chave-de-boca teria sido alguns poucos rolês. e hoje já estamos no #62. muitos pegaram avenidas pela primeira vez pedalando com a gente. grandes amizades foram feitas. através do chave-de-boca como ponto de partida, muitos entraram pro universo da bike. hoje participam de outros rolês, fazem viagens. outros conheceram a bicicletada. enquanto isso nós vamos fazendo o que mais gostamos: dar rolês de bike. 

ah, o rolê #62!

o wendel tinha sugerido uma vez fazermos um rolê para o parque estadual do belém. ele já tinha levado seu irmão yan pra lá. aí, domingo, dia dos pais, todo mundo tem que voltar cedo pra casa pra almoçar. foi aí que a adriana sugeriu fazermos um rolê suave da penha até o tal parque. 

ponto de encontro sugerido: escada de acesso ciclovia metrô penha. acho que teremos que mudar da próxima vez. já estamos atrapalhando os usuários que se deslocam por lá. dessa vez estávamos em 18. 

rumo ao parque estadual do belém. logo ali. essa é a ciclovia caminho verde, na zona leste de são paulo. vai do metrô itaquera até o tatuapé. na foto: érika e fabio.

wendel com seu pequeno irmão yan, 7 anos. na rampa do metrô tatuapé pra atravessar a passarela. 

parque estadual do belém. adriana e patricia pousando pra foto. se conheceram aqui no grupo. 

a trupe toda. não me lembro de tanta gente, com exceção do rolê de aniversário de 1 ano.

isso porque é inverno. dia lindo de céu azul sem nuvens e muito quente. 

sempre bate aquela fome do cão depois de uma pedalada. a evelin investiu nesses doces. eu fui na dela e perdi o apetite pra cerveja. chateado.

enfim, sem agradecimentos especiais senão vira programa do faustão.

abraços e boas pedaladas!