Na tarde do último sábado (19), foi realizado em São Paulo o protesto Milionárias de Bike, com dezenas de ciclistas reunidos na esquina das ruas Tuim e Rouxinol em Moema. Vestidos (as) com roupas sociais e sapatos, a manifestação foi uma resposta à declaração da comerciante Carolina Maluf, que em uma entrevista ao Jornal Naconal, da TV Globo, disse que as clientes milionárias dela não usariam salto alto de bicicleta por ocasião da Ciclofaixa de Moema inaugurada no começo deste mês na região.
Com palavras de ordem e muita conversa, os ciclistas mostraram a importância da ciclofaixa para São Paulo, mesmo com sua imperfeição técnica, e puderam ouvir a reclamação de comerciantes e moradores, que foram ao local com cartazes contra a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e a gestão do prefeito Gilberto Kassab.
A presidente da Associação dos Moradores e Amigos de Moema (AMAM), Rosangela Lurbe, pedalou pela ciclofaixa com os ciclistas e aproveitou para falar com jornalistas e ciclistas para explicar que a entidade não é contra a ciclofaixa, mas que quer uma organização melhor do espaço.
Segundo Rosangela, ao procurar o subprefeito da Vila Mariana, Manoel Antônio da Silva Araújo, ouviu que ele mesmo só ficou sabendo da ciclofaixa em Moema pela imprensa. Ela foi pedir que as laterais das ruas onde a ciclofaixa está fossem melhoradas, e sobre a segurança nos cruzamentos. Ela quer que ciclistas se juntem a AMAM para discutir um planejamento viário para a região que agrade ciclistas, moradores e comerciantes.
No próximo dia 28, haverá uma reunião na CET com representantes de ambos os lados. Willian Cruz, do Vá de Bike, ficou incubido de convocar ciclistas mais experientes e representantes da Ciclocidade e do Instituto CicloBR para a reunião. A AMAM irá buscar o Ministério Público caso não sejam debatidos alguns pontos de interesse da entidade, como a perda de vagas de estacionamento em algumas ruas do bairro e um debate mais amplo do sistema viário do bairro.
Os ciclistas estão organizado abaixo assinado pela internet a favor da ciclofaixa em Moema, batalhando pela sua manutenção e já possui mais de 4.350 assinaturas. Enquanto isso, a AMAM planeja reunir até janeiro de 2012, 30 mil assinaturas, o que representa, segundo Rosangela, 50% dos votantes do bairro, e que será encaminhado à Subprefeitura da Vila Mariana, Secretaria de Transportes e Prefeitura de São Paulo.
A fluidez do bairro não é um problema, segundo Rosangela, pois só há congestionamento nas ruas que desembocam na avenida Ibirapuera no horário de pico. Em conversa com moradores e comerciantes de Moema, a reportagem do Bike Pedal e Cia detectou que mais do que a perda de 2 metros de faixa, a maior reclamação é a perda de vagas de estacionamento nas ruas. Segundo os moradores, a maioria dos edifícios no bairro são antigos e com apenas uma vaga na garagem, portanto as ruas do bairro são, naturalmente, uma extensão do estacionamento dos edifícios. “Eles tiraram a Zona Azul e botaram uma faixa vermelha”, disse Rosangela.
A presidente da AMAM informou que haviam 3800 vagas antes das primeiras mudanças implementadas pela CET, sendo 600 de zona azul. Hoje são 1300 vagas no total de Zona Azul. “As principais vias de comércio estão sem Zona Azul”, afirmou Rosangela. Outro problema apontado pelos moradores é o período de estacionamento de uma hora ser muito pouco para a Zona Azul.
Fotos: Enzo Bertolini
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